“O homem cordial”, principais de ideias de Sérgio Buarque de Holanda


Segundo Sergio Buarque de Holanda (1902 – 1982), historiador brasileiro, sociólogo e crítico literário, a grande problemática era, o que é ser brasileiro, porque somos o que somos e porque a contribuição dos brasileiros com a civilização está nas relações de cordialidade?


 Para melhor compreensão começaremos pela etimologia da palavra cordial que provém de “cor” de coração, assim nossas características cordial remete a uma herança puramente rural, quando a família apresentava influência do modelo patriarcal no seio das relações sociais, na qual o caráter do povo brasileiro se baseia em circunstâncias  peculiares com o espírito acolhedor, de beneficência e franqueza, não significando somente boas maneiras dentro do núcleo social, como ressalta ao mencionar que não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação.
 A família tem grande força em nossa história, na qual nas nossas relações sociais, buscamos criar intimidade, familiaridade e proximidade, apresentando uma certa aversão por aquilo que é muito formal e burocrático, procurando sempre estar criando uma intimidade com o próximo.
 Dentro desse contexto Holanda distingue o Brasil de outros povos evidenciando a raiz de nosso caráter com o nosso jeitinho brasileiro destacando a família como ponto central dentro de relações com grandes cargas emocionais afinal tal sentimento está conectado ao coração.
Uma questão extremamente positiva nos tempos de hoje, onde rege o individualismo e até mesmo o ódio, a cordialidade cativa e se destaca em meio à multidão. 
Todavia se de um lado assenta a virtude do homem cordial, há momentos em que se transforma para o negativo, violento, perigoso ou antiético conforme a conjuntura, um exemplo é o tal “jeitinho brasileiro”, para ajudar um amigo, familiar ou conhecido.
Assim a cordialidade revelou o espírito do povo brasileiro para a sociedade, com capacidade de articular e estender a cadeia de relações com    outras culturas, mesmo não se demonstrando coesa e disciplinada.      

FONTE: “O homem cordial” (HOLANDA, 1995, p. 139-151)

by @alinesousil


Postar um comentário

0 Comentários