Um conceito muito comentado, mas por vezes não muito bem
compreendido.
Devemos ter em mente que este sentimento está ligado a
autoestima, dignidade, respeito e admiração que temos por nós mesmos, deste
modo não se constitui em uma ação de nos preencher com prazeres imediatos, pois
assim estaremos entrando em um ciclo vicioso de auto aceitação por aquilo que
não somos e dependência por algo ou alguém para suprir nossa carência, se
desconectando com a nossa Essência.
O amor próprio é um estado proativo na qual nos sentimos bem
com nós mesmo, independente de aparência, beleza e status, pois, está
relacionado com a nossa interação interior, nos aceitando do jeito que somos independentes
do que está acontecendo a nossa volta.
Um exemplo; sou uma
pessoa de baixa estatura e por conta de paradigmas limitantes impostos em minha
juventude por meio de piadinhas sem graça, hoje denominado bullying, eu Aline,
até há um tempo atrás não aceitava essa situação e nunca estava feliz comigo
mesma, nunca enxergava minhas qualidades e habilidades, sempre me sentindo
inferior aos outros, gerando em mim muitos conflitos internos, estando sempre
em um estado reativo, de autojulgamento severo e isolamento social.
Assim também acontece em um relacionamento abusivo, na qual o
indivíduo sempre te coloca para baixo procurando ressaltar defeitos que por
muitas vezes é projetado somente na mente desta pessoa por carências internas,
ou seja, ela não enxerga em você o que você realmente é, e sim, visa em você o
que ela tem de conflito dentro dela mesmo e isso se estende não só em um
relacionamento amoroso, como também familiar, profissional e social.
É muito comum dentro de um relacionamento amoroso por
exemplo, por falta de amor próprio a pessoa, não ter auto estima e autoconfiança,
ser dominada pelo ciúme possessivo e opressor, gerando discussões por uma
simples curtida de uma postagem em uma rede social, ou por ter ganhado um
elogio pela sua beleza, carisma ou até mesmo por sua intelectualidade, fazendo
com que o outro se anule, abrindo mão daquilo que gosta de fazer em troca de um
amor mendigado, carente e insuficiente.
Deste modo o amor próprio se estabelece a partir do nosso amadurecimento
por meio de nosso autoconhecimento, na qual adquirimos quando buscamos nos
conhecer em nossa Essência, seja por meio de leituras, terapias e reflexões,
onde nos permitem identificar nossas particularidades, virtudes, falhas e
limitações, compreendendo e aceitando que nossos defeitos, não nos inferiorizam
e sim entendendo que devemos aprender a
lidar com eles, deixando salientar e transparecer o que temos de melhor, pois
como diz o ditado; “aquilo que alimentamos é o que cresce”.
No entanto praticar o amor próprio é desafiador para muitos
de nós, principalmente em momentos de adversidades, seja no relacionamento,
dentro do âmbito familiar, no trabalho e no convívio social, visto que, não se
trata de alimentarmos nosso ego, nos tornando narcisistas e sim de nos
conectarmos com nós mesmo em nossa Essência, naquilo que cremos como uma Força
Superior, na qual eu denomino Deus, nos trazendo bem estar e paz de espírito,
onde aceitamos que a pessoa mais importante em nossa vida somos nós mesmos, e
então assumimos que somos total responsável pelo modo como agimos diante das circunstâncias,
tendo cada vez mais a autonomia do que acontece a nossa volta, gerenciando
ações e reações, aprendendo que somos nosso bem mais precioso e que a
felicidade está em nossas mãos, onde é inadmissível nos submeter ao controle
dos outros, quando não nos valoriza.
E como fazemos isso?
- Praticando dia a dia o amor próprio, por meio do
autoconhecimento, na qual nos ensina a lidar com nossas emoções adquirindo
Inteligência Emocional e autoconfiança.
- Praticando a gratidão, na qual mesmos nos piores dias
sejamos gratos pelos ensinamentos que adquirimos em prol de nossa evolução e
desenvolvimento pessoal.
- Praticando a empatia e resiliência, nos tornando mais
seguro as críticas não construtivas, onde aprendemos a amar o outro como ele
realmente é e não como queremos que seja.
- Praticando a autocompaixão, manifestando consciência plena
de um modo auto compassivo, nos dedicando benevolência, nos amando sem precisar
entrar em um processo de cobrança, pois ninguém nesse mundo é perfeito.
Assim conseguimos nos libertar de forma mais fácil de tudo
aquilo que não traz ressignificação em nossas vidas, nos conectando, nos
valorizando, contemplando o amor e a felicidade.
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